Partindo da premissa de racismo estrutural vivenciado pela população negra no Brasil, este mini-curso pretende abordar o espaço que a produção científica protagonizada por mulheres negras ocupa dentro da academia objetivando a reflexão sobre como essa produção ressoa nos paradigmas acadêmicos e sobre as limitações enfrentadas por essas pesquisadoras. A temática se mostra importante uma vez que os intelectuais abordados durante a formação sociológica, por exemplo, é de maneira quase majoritária, composta por homens brancos. Apesar da inegável importância das contribuições dos estudos dos intelectuais brancos, a pluralidade racial e de gênero dos pesquisadores, além de dar voz a outras perspectivas, se mostra tão capaz e relevante para o avanço das reflexões científicas quanto as dos intelectuais brancos, ainda mais em tempo de retrocessos como os vividos nos últimos meses pelo desenvolvimento científico brasileiro. O mini-curso, a partir da socialização e debate de leituras, se estruturará em quatro momentos: o primeiro trará, de maneira expositiva, uma breve linha do tempo sobre a educação para negros no Brasil. Na sequência avançaremos para a reflexão sobre como essa população acessou o espaço da educação superior. Logo após debateremos sobre a recepção da academia em relação às pesquisas protagonizadas por mulheres negras. Por fim, em uma roda de diálogo, discutiremos sobre o reflexo do racismo no espaço intelectual e de como a acessibilidade ao espaço acadêmico se torna limitado quando a perspectiva parte de uma determinada raça e um determinado gênero.

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